Valor Econômico – Roberto Rockmann
A inteligência na rede não se resume ao avanço de smart grid e dos carros elétricos, mas também às tecnologias de armazenamento de energia e iluminação pública. A Engie, uma das maiores geradoras do país, está trabalhando para ampliar a receita no mercado não regulado. Anunciou recentemente, em parceria com a Northern Power, investimento de R$ 25 milhões em um sistema de armazenamento na usina solar Cidade Azul, localizada em Tubarão (SC), que integra energia solar e eólica. O sistema terá sua instalação iniciada em julho. “Essas soluções deverão crescer”, diz Leonardo Serpa, CEO da Engie Soluções. Outro vetor de interesse está em iluminação pública. Resolução da Aneel estipula que o serviço agora é responsabilidade das cidades.
A empresa tem conversado com prefeituras para que os projetos de iluminação pública, que têm saído a partir de Parcerias Público-Privadas (PPP), não incorporem apenas a troca de lâmpadas, mas integrem outras tecnologias. “Hoje no mundo já está em teste a tecnologia li-fi, ou seja, os sinais de internet são emitidos pela luz da lâmpada. As cidades têm de ver a iluminação pública com uma visão de longo prazo e de integração de novas tecnologias”, diz Serpa.
Para ele, a chamada pública do BNDES com projetos de iluminação para cidades como Porto Alegre e Teresina pode dar partida a uma série de projetos mais ambiciosos. “Muitas cidades ainda olham os projetos de iluminação como retrofit do que existe e a troca do material antigo por novo.”
A prefeitura do Rio de Janeiro mantinha um dos projetos mais ambiciosos do segmento, com a troca de 450 mil lâmpadas e incorporação de novas tecnologias, mas a crise econômica deixou a iniciativa em compasso de espera. Na gestão Fernando Haddad, encerrada em 2016, a prefeitura de São Paulo iniciou uma PPP em que haveria postes wi-fi de luz e um sistema de controle em que o gestor poderia mudar a intensidade de luz pelas ruas de cada bairro.
Grandes empresas se movimentaram para participar, mas discussões no Tribunal de Contas do Município inviabilizaram a licitação. O prefeito João Doria Jr retomou-a, mas o resultado está sendo contestado na Justiça.
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